Janthina janthina (Linnaeus, 1758) é uma espécie espetacular de molusco gastropode da família Epitoniidae. É uma das únicas espécies de moluscos que fazem parte da comunidade de animais neustônicos, isto é, organismos flutuantes que vivem na interface oceano-atmosfera. Janthina janthina consegue flutuar com a ajuda de um grupo de bolhas mucosas fabricadas pelo próprio molusco. Como é uma espécie que se desloca passivamente, sendo levada pelas correntes oceânicas, apresenta uma grande distribuição geográfica, sendo considerada uma espécie cosmopolita, ocorrendo em mares temperados e tropicais [1].
A camada de bolhas é produzida por uma estrutura em formato de colher próximo à boca do molusco que consegue encapsular o ar em bolhas com um muco espesso que endurece quando em contato com a água do mar, o qual permite também colar as bolhas umas às outras. O processo de formação de uma bolha dura em média um minuto. O animal é capaz de formar bolhas apenas enquanto na superfície do mar, em contato com o ar. Os espécimes que perdem a flutuação, afundam e morrem.
Janthina janthina é uma espécie relativamente pequena e sua concha possui uma cor lilás característica. Não é incomum encontrar animais sésseis incrustados em suas conchas. Na foto dá para perceber a presença de algumas pequenas lepas presas na concha. Janthina é uma espécie carnivora, que se alimenta de outros animais da comunidade neustónica, como caravelas-do-mar e outros cnidários flutuantes como Porpita e Velella. Estes moluscos produzem um corante roxo que pode ser expelido em jato para se defender ou para anestesiar suas presas. Janthina janthina não possui olhos e as espécies do gênero são hermafroditas [2].
Registro realizado em Tamandaré, litoral sul de Pernambuco, no dia 9 de maio de 2021. Vários espécimes foram encontrados na praia após uma noite de tempestade, com ventos muito fortes.
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