Acanthochitona crinita, comumente conhecida como quíton de cerdas, é uma espécie de molusco marinho encontrada ao longo das costas rochosas do nordeste do Oceano Atlântico, incluindo o Mar do Norte e o Mar Mediterrâneo. Esse molusco de formato oval é notável por sua concha protetora composta de oito placas interligadas, que podem apresentar uma grande variedade de cores, como cinza, marrom ou verde, muitas vezes com padrões marmorizados ou listrados [1]. A concha tem menos da metade do comprimento e da largura, e o quíton pode atingir até 34 mm de comprimento. A cintura que envolve as placas é adornada com tufos de cerdas curtas, que contribuem para sua aparência espinhosa.
Acanthochitona crinita ocorre na parte baixa da costa e em zonas sub-litorâneas rasas, especialmente em áreas com forte ação das ondas. Os indivíduos tendem a se esconder sob pedras para evitar a dessecação quando não estão submersos. Como herbívoro, se alimentam de algas coralinas usando sua rádula , aparelho de alimentação especializado e exclusivo dos moluscos, com fileiras de dentes especialmente resistentes, compostos por magnetita (Fe3O4), um biomineral ferroso de dureza 6,5 na escala Mohs [2]. A espécie desempenha um papel importante no ecossistema marinho, contribuindo para o controle do crescimento de algas nas rochas. A reprodução envolve sexos separados, e a fertilização ocorre dentro da cavidade do manto da fêmea, seguida por um estágio larval planctônico antes que os juvenis se estabeleçam e se desenvolvam em quítons adultos.
Registro realizado no dia 9 de maio de 2024, na praia de Penmarc’h, sul da Bretanha, França. Na foto é possível observar dois quítons com cores bem diferentes. É um exemplo da variedade de fenótipos que a espécie pode apresentar. Entre os dois quítons, um pequeno caranguejo, provavelmente da espécie Pisidia longicornis, parece buscar proteção ou se esconder do curioso observador.
Comentar