Platelminto marinho da espécie Prostheceraeus vittatus encontrado na praia de Raguénez, Bretanha, França, no dia 6 de junho de 2024.
Fantásticos, carismáticos, enigmáticos, desconhecidos. É com estes adjetivos que os platelmintos marinhos do grupo dos policládidos (Ordem Polycladida) são descritos na literatura científica especializada [1]. Não é por menos. Realmente são animais maravilhosos e intrigantes, com seus diversos padrões de cores e comportamentos reprodutivos um tanto quanto estranhos.
Os policládidos formam um grupo diverso com aproximadamente 1000 espécies conhecidas. A maior parte das espécies ocorre em zonas costeiras tropicais e subtropicais do mundo todo. São frequentemente encontradas em áreas entremarés, notadamente no meso e infralitoral, onde podem encontrar abrigo entre rochas e algas marinhas. A principal característica deste grupo de platelmintos é o seu corpo achatado dorsoventralmente com um intestino muito ramificado. Podem apresentar diferentes tamanhos e cores. Estes platelmintos, também conhecidos como planárias marinhas, são predadores de uma grande variedade de outros invertebrados, como crustáceos, cnidários, moluscos e ascídias, especialmente da espécie Clavelina lepadiformis.
As planárias marinhas são animais hermafroditas simultâneos. Cada indivíduo possui ambos os sistemas reprodutivos (macho e fêmea). O acasalamento ocorre geralmente por fecundação cruzada mútua. Nestas situações, os dos indivíduos evertem seus órgãos copulatórios machos por pressão hidrostática e simplesmente furam a parede corpórea um do outro e o esperma é injetado diretamente no mesênquima. Esse processo é chamado de inseminação hipodérmica [2].
No Brasil são conhecidas 71 espécies de policládidos [3]. Por causa de seus tamanhos relativamente pequenos, seus comportamentos cripticos e sua natureza delicada, os policládidos são dificeis de coletar e de identificar. Consequentemente pouco se conhece sobre aspectos da história natural da maioria das espécies.
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