Haliotis tuberculata é um molusco gastropode marinho com grande distribuição geográfica, ocorrendo em ambientes costeiros, desde o sul da Inglaterra até o norte da Africa. Em Portugal é conhecido popularmente como « orelha-do-mar » ou « lapa-burra ». Sua concha é achatada e possui 5 a 7 orifícios bem visíveis. A concha pode atingir até 12 cm de comprimento. A parte dorsal do pé musculoso (a parte gosmenta do animal que fica em contato direto com o substrato) é recoberto por inúmeros órgãos sensoriais e tentáculos. Sua cabeça é curta e ornada com dois longos tentáculos e dois olhos pedunculados.
Em sua área de distribuição, Haliotis tuberculata ocorre preponderantemente em zonas entremarés rochosas onde os indivíduos podem encontrar abrigo em fissuras e fendas e na parte inferior de rochas. Esses habitats fornecem um substrato firme, propiciando uma forte aderência do pé, que permite que a orelha-do-mar evite o deslocamento pela ação de ondas e da correnteza e também para resistir a ataques e predadores (polvos e estrelas-do-mar) [1]. Quando precisa se proteger, Haliotis tuberculata utiliza toda a superfície do pé musculoso para tocar o substrato e levanta rapidamente a porção central, convertendo assim o pé em uma ventosa [2]. O poder de sucção é tão forte que é quase impossível deslocar uma orelha-do-mar com a mão.
É uma espécie herbívora, que se alimenta de algas incrustantes, raspadas do substrato com o auxílio da sua rádula . Adultos podem consumir até 39% do seu peso em algas marinhas por dia.
Registro realizado no dia 19 de setembro, na praia de Correjou, em Camaret-sur-Mer, na Bretanha, durante uma saída de campo do Observatório Bretão de Mudanças de Zonas Intertidais (OBCE).
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