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Larva-trenzinho

Publicado por Aléssio F.

no dia 02/10/2019

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Larva trenzinho

Escala do sujeito : não informado

Descrição

Larva de besouro do gênero Phrixothrix (Família Phengodidae) registrada da Estação Ecológica do Tapacurá, Pernambuco, em dezembro de 2008.

Como evidenciado na foto, as larvas-trenzinho, como são popularmente conhecidas (railroad-worms, em inglês), são bioluminescentes. Ao longo do corpo da larva existem 11 pares dorsoventrais de lanternas que emitem luz verde-amarelada. Na região da cabeça existem duas lanternas, que parecem ser uma única lanterna, que emitem luz vermelha. É um dos poucos organismos que produzem luz vermelha. Estes insetos produzem a enzima luciferase que cataliza a produção de luz através de uma reação de oxidação de luciferina (um tipo de pigmento), ATP e oxigênio [1]. No caso da larva-trenzinho, a luz vermelha é produzida por causa de uma alteração de sua enzima luciferase [2].

No Brasil as larvas de Phengodidae são comumente encontradas em florestas tropicais, em solos escuros, sob troncos caídos e material vegetal em decomposição. São espécies de hábitos noturnos e ficam mais ativas na época chuvosa e em noites mais úmidas. Estas larvas são predadoras especialistas de milípedes. A bioluminescência vermelha contínua na região da cabeça de larvas do gênero Phrixothrix sugere uma função de iluminação [3]. Os sinais luminosos também podem ser um mecanismo de defesa contra predadores e informam sobre a impalatabilidade das larvas [4].

No Brasil, o Professor Vadim Viviani, da Universidade de São Carlos, Sorocaba, é um dos maiores especialistas em bioluminescência em besouros e sistemas bioluminescentes.

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Observações

[1Wood, K. V. (1995). The chemical mechanism and evolutionary development of beetle bioluminescence. Photochemistry and Photobiology, 62(4), 662-673.

[2Bevilaqua, V. R., Matsuhashi, T., Oliveira, G., Oliveira, P. S. L., Hirano, T., & Viviani, V. R. (2019). Phrixotrix luciferase and 6′-aminoluciferins reveal a larger luciferin phenolate binding site and provide novel far-red combinations for bioimaging purposes. Scientific reports, 9(1), 8998.

[3Viviani, V. R., & Bechara, E. J. (1997). Bioluminescence and biological aspects of Brazilian railroad-worms (Coleoptera: Phengodidae). Annals of the Entomological Society of America, 90(3), 389-398.

[4Sivinski, J. (1981). The nature and possible functions of luminescence in Coleoptera larvae. The Coleopterists’ Bulletin, 35(2) 167-179.

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