Dichotomius valoisae Silva, Moura, Araújo, & de Moura, 2020, é o novo besouro rola-bosta da Mata Atlântica. Essa espécie foi recentemente descoberta e descrita, logo depois de uma expedição de pesquisadores do Laboratório de Biodiversidade e Genética de insetos da Universidade de Pernambuco para a Mata do Crasto, sul de Sergipe.
Esse besouro foi descoberto por Josival Araújo, depois de analisar o material coletado na Mata do Crasto, uma floresta de transição entre a Floresta Atlântica e a Restinga no litoral sul de Sergipe. Pertence a subfamília Scarabaeinae, conhecida por todos como besouros rola-bosta, que é considerada parâmetro para estudo da biodiversidade e possui espécies indicadoras ambientais [1].
Esta espécie apenas foi coletada nesta mata. Na restinga ocorre a espécie Dichotomius schiffleri e na Floresta Atlântica ocorre a espécie Dichotomius iannuzziae, essas espécies podem competir diretamente com a nova espécies Dichotomius valoisae [2]. Portanto, essa nova espécie tem um grande potencial de só ocorrer nesta floresta de transição e com uma distribuição muito restrita. Por isso, ela acabou de ser descoberta e já se enquadra como criticamente em perigo na lista vermelha da IUCN [3].
A Mata do Crasto ainda não é uma reserva. Ela está inserida em propriedades privadas e encontra-se próxima ao ambiente de estuário e de restinga no litoral sergipano. Além de está na fronteira com a APA Litoral Sul. Dichotomius valoisae também está ameaçada pela destruição dessa floresta para construção de resort, habitações, plantações e agropecuária. É urgente a preservação dessa floresta para a manutenção dessas espécies raras e ameaçadas de extinção.
Esse é o primeiro registro fotográfico de Dichotomius valoisae em campo, feito pelo Dr. Igor Costa de Amorim (ICB-UPE).
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