A interação entre caranguejos-eremitas e algumas espécies de anemonas ditas «parasitas» é um dos exemplos mais familiares da relação ecológica conhecida como mutualismo. No mutualismo, que é um tipo de simbiose, as duas espécies são beneficiadas com a presença uma da outra. Na verdade, a relação entre o crustáceo e a anemona é marcada pelo intermédio indireto de uma terceira espécie: um molusco. A concha do gastropode constitui o elo da relação ecológica, fornecendo refúgio para o crustáceo e um substrato propício para a anemona. No caso da foto, são várias anemonas da espécie Calliactis parasitica (no mínimo 4)! Provavelmente a concha é da espécie de gastropode Gibbula magus.
Nesta relação de mutualismo, o caranguejo recebe proteção, pois as anemonas, armadas com seus nematocistos , repelem potenciais predadores, como algumas espécies de cefalópodes. Em contrapartida, as anemonas são beneficiadas com a mobilidade passiva oferecida pelo caranguejo, aumentando assim sua dispersão. O deslocamento do caranguejo aumenta consideravelmente a area de alimentação de uma anemona, que também é capaz de se alimentar de restos alimentares deixados por seu hospedeiro.
Registro realizado na praia do Moinho Branco, Brest, no dia 12 de março de 2024.
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