As relações ecológicas entre espécies de formigas e de pulgões representam os melhores e mais bem estudados exemplos de mutualismo na natureza. O mutualismo, como interação ecológica, pode ser definido como uma relação benéfica recíproca entre dois organismos.
Os pulgões, ou afídeos, são insetos da Ordem Hemiptera e formam um grupo de aproximadamente 4 mil espécies conhecidas. Os pulgões são animais fitófagos e apresentam ciclos reprodutivos complexos, com fases partenogenéticas e fases sexuadas. Muitas espécies são polimórficas, com indivíduos alados especializados na dispersão e outros sem asas especializados na reprodução. Os pulgões se alimentam da seiva do floema, a qual é geralmente rico em açucares e pobre em nitrogênio. Durante o processo de alimentação, eles ingerem grandes quantidades de seiva e o excesso é excretado em forma de gotículas açucaradas (melada) [1].
Neste contexto, algumas espécies de formigas cuidam de grupos de pulgões, como se fossem um rebanho, protegendo-os de predadores naturais (joaninhas e aranhas) e de doenças [2], e exploram suas excretas doces. Proteção versus alimentação. Esta é a base da relação entre formigas e pulgões.
Mas nem tudo são flores nestas relações harmônicas. As interações entre formigas e pulgões aumentam o número de visitações de formigas às inflorescencias reduzindo a reprodução das plantas por causa da redução de visitações de insetos polinizadores [3].
Espécies de formiga e pulgão não identificadas. Registro realizado no Parque de Dois Irmãos, Recife, Pernambuco.
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