O gênero Digitonthophagus é africano e constituído por besouros conhecidos como rola-bostas. A espécie D. gazella foi introduzida no Brasil em outubro de 1989 pela Embrapa para realizar um serviço importante para a pecuária: o controle da mosca-dos-chifres. Esse besouro é adaptado às áreas abertas de pastagem e, por tratar-se de uma espécie exótica e introduzida, essa espécie encontrou condições favoráveis das pastagens brasileiras. Espécies nativas como Dichotomius nisus e D. bos apresentam reprodução em intervalos longos, enquanto que D. gazella possui várias reproduções no ano, com o ciclo de desenvolvimento em menos de um mês e mais de 80 descendentes por geração [1]. Portanto, os besouros rola-bostas são conhecidos por se alimentarem de e nidificarem em fezes e isso significa que mais esterco será removido do solo pelo D. gazella, interrompendo o desenvolvimento das larvas da mosca-dos-chifres [2].
Os adultos das moscas-dos-chifres são ectoparasitas do gado e prejudicam a produção do leite pelo estresse gerado nos animais. Desta forma, a introdução de D. gazella e a comunidade de besouros de pastagem desempenham serviços importantes para a diminuição do uso de inseticidas, economizando assim em torno de 6 bilhões para a agropecuária por ano. Os besouros rola-bostas de pastagem também colaboram para a diminuição de gazes do efeito estufa na atmosfera, pois elas trabalham o esterco para sua alimentação e de suas larvas [3].
Fotografia realizada por Tarcio Tome
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